sábado, 28 de maio de 2011


O Dia que Durou 21 Anos (2011)

   
(Brasil , 2011, 28 min. cada episódio - Direção: Flávio Tavares)
Série de documentários que desmancha de vez com o argumento de certos setores da sociedade brasileira de que os EUA não tiveram papel fundamental no golpe de 64 e no apoio às práticas violentas do regime militar. Os dois últimos episódios são os mais elucidativos e chocantes. (docverdade)


Sinopse: Em clima de suspense e ação, o documentário apresenta, em três episódios de 26 minutos cada, os bastidores da participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964 que durou até 1985 e instaurou a ditadura no Brasil. Pela primeira vez na televisão, documentos do arquivo norte-americano, classificados durante 46 anos como Top Secret, serão expostos ao público. Textos de telegramas, áudio de conversas telefônicas, depoimentos contundentes e imagens inéditas fazem parte dessa série iconográfica, narrada pelo jornalista Flávio Tavares.


O Dia Que Durou 21 Anos - Capítulo 1 de 3 from André Henrique on Vimeo.


Episódio 2 (Youtube)


Episódio 3 (Youtube)

Download (MediaFire)
Episódio 1 - Parte1 - Parte2

Episódio 2 - Parte1 - Parte2

Episódio 3 - Parte1 - Parte2

Torrent



sexta-feira, 27 de maio de 2011


InProprietário O Mundo do Software Livre (2008)


INPROPRIETÁRIO from malconxx on Vimeo.

INPROPRIETÁRIO from malconxx on Vimeo.

(Brasil, 2008, 32 min. Direção: Daniel Bianchi e Jota Rodrigo)
O documentário mostra que os Sistemas Operacionais Livres tem uma série de vantagens que nos são escondidas: Necessita-se de um equipamento menos potente para desenvolver as mesmas tarefas do que o Windows, é muito menos suscetível à vírus, e consequentemente a problemas de mal-funcionamento, mas acima de tudo, o Sistema Operacional Livre está ligado ao conceito de liberdade. Liberdade de informação, de mudanças e alterações. Além disso o acesso ao código-fonte dá segurança às instituições públicas de saber exatamente o que o Sistema estará fazendo, ao contrário da caixa-preta que é o sistema operacionais privados.
O Acesso livre ao código fonte faz também de vários usuários, colaboradores desse imenso projeto mundial, desenvolvendo-o, atualizando-o, melhorando-o constantemente. Não é a toa que Sistemas com a base GNU/Linux, como o Fedora, Ubuntu e Apache entre outros são extremamente velozes, seguros criativos e inovadores.
Se você ainda não sabe nada sobre o assunto, enverede-se e surpreenda-se.
"Quem está acostumado com o bom, não sabe o que é o melhor".

Download:
Megaupload

Veja também o documentário Revolution OS

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Os riscos da arrogância do Império

12/05/2011
por Leonardo Boff
Conto-me entre os que se entusiasmaram com a eleição de Barack Obama para Presidente dos EUA, especialmente vindo depois de George Bush Jr., Presidente belicoso, fundamentalista e de pouquíssimas luzes. Este acreditava na iminência do Armagedon bíblico e seguia à risca a ideologia do Destino Manifesto, um texto inventado pela vontade imperial norte-americana, para justificar a guerra contra o México, segundo o qual os EUA seriam o novo povo escolhido por Deus para levar ao mundo os direitos humanos, a liberdade e a democracia. Esta excepcionalidade se traduziu numa histórica arrogância que fazia os EUA se arrogarem o direito de levarem ao mudo inteiro, pela política ou pelas armas, o seu estilo de vida e sua visão de mundo.

Esperava que o novo Presidente não fosse mais refém desta nefasta e forjada eleição divina, pois anunciava em seu programa o multilateralismo e a não hegemonia. Mas tinha lá minhas desconfianças, pois atrás do Yes, we can (“sim, nós podemos”) podia se esconder a velha arrogância. Face à crise econômico-financeira apregoava que os EUA mostraram em sua história que podiam tudo e que iam superar a atual situação. Agora por ocasião do assassinato de Osama bin Laden ordenada por ele (num Estado de direito que separa os poderes, tem o Executivo o poder de mandar matar ou não cabe isso ao Judiciário que manda prender, julgar e punir?) caiu a máscara. Não teve como esconder a arrogância atávica.

 O Presidente, de extração humilde, afrodescendente, nascido fora do Continente, primeiramente muçulmano e depois convertido evangélico, disse claramente: “O que aconteceu domingo envia uma mensagem a todo o mundo: quando dizemos que nunca vamos esquecer, estamos falando sério”. Em outras palavras: “Terroristas do mundo inteiro, nós vamos assassinar vocês”. Aqui está revelada, sem meias palavras, toda a arrogância e a atitude imperial de se sobrepor a toda ética.

Isso me faz lembrar uma frase de um teólogo que serviu por 12 anos como assessor da ex-Inquisição em Roma e que veio me prestar solidariedade por ocasião do processo doutrinário que lá sofri. Confessou-me: ”Aprenda da minha experiência: a ex-Inquisição, não esquece nada, não perdoa nada e cobra tudo; prepare-se”. Efetivamente assim foi o que senti. Pior ocorreu com um teólogo moralista, queridíssimo em toda a cristandade, o alemão, Bernhard Hâring, com câncer na garganta a ponto de quase não poder falar. Mesmo assim foi submetido a rigoroso interrogatório na sala escura daquela instância de terror psicológico por causa de algumas afirmações sobre sexualidade. Ao sair confessou: “o interrogatório foi pior do que aquele que sofri com a SS nazista durante a guerra”. O que significa: pouco importa a etiqueta, católico ou nazista, todo sistema autoritário e totalitário obedece à mesma lógica: cobra tudo, não esquece e não perdoa. Assim prometeu Barack Obama e se propõe levar avante o Estado terrorista, criado pelo seu antecessor, mantendo o Ato Patriótico que autoriza a suspensão de certos direitos e a prisão preventiva de suspeitos sem sequer avisar aos familiares, o que configura sequestro. Não sem razão escreveu Johan Galtung, norueguês, o homem da cultura da paz, criador de duas instituições de pesquisa da paz e inventor do método Transcend na mediação dos conflitos (uma espécie de política do ganha-ganha): tais atos aproximam os EUA ao Estado fascista.

 O fato é que estamos diante de um Império. Ele é consequência lógica e necessária do presumido excepcionalismo. É um império singular, não baseado na ocupação territorial ou em colônias, mas nas 800 bases militares distribuídas pelo mundo todo, a maioria desnecessária para a segurança americana. Elas estão lá para meter medo e garantir a hegemonia no mundo. Nada disso foi desmontado pelo novo Imperador, nem fechou Guantánamo como prometeu e ainda mais, enviou outros trinta mil soldados ao Afeganistão para uma guerra de antemão perdida.

 Podemos discordar da tese básica de Abraham P. Huntington em seu discutido livro O choque de civilizações. Mas nele há observações, dignas de nota, como esta: “a crença na superioridade da cultura ocidental é falsa, imoral e perigosa” (p.395). Mais ainda: “a intervenção ocidental provavelmente constitui a mais perigosa fonte de instabilidade e de um possível conflito global num mundo multicivilizacional” (p.397). Pois as condições para semelhante tragédia estão sendo criadas pelos EUA e pelos seus súcubos europeus.

Uma coisa é o povo norte-americano, bom, engenhoso, trabalhador e até ingênuo que admiramos, outra é o Governo imperial, que não respeita tratados internacionais que vão contra seus interesses e capaz de todo tipo de violência. Mas não há impérios eternos. Chegará o momento em que ele será um número a mais no cemitério dos impérios mortos.